Deepmind apresenta IA revolucionária
Um pequeno passo em direção a computadores mais inteligentes que nós
Você se lembra quando a Deepmind, empresa irmã do Google, desenvolveu (em 2015) um algoritmo de inteligência artificial capaz de aprender 57 jogos de Atari? Na época, o algoritmo chamou atenção pois foi a primeira vez que uma IA conseguiu um desempenho acima de qualquer jogador humano em tarefas onde ela foi informada apenas do objetivo (obter a maior pontuação possível).
Confira o vídeo abaixo (em inglês) com um resumo do que aconteceu.
Em 2016, outro algoritmo da Deepmind, chamado AlphaGo, derrotou o campeão mundial Lee Sedol no jogo Go.
O Go, que é um jogo de tabuleiro super popular e jogado principalmente na Ásia, é muito mais complexo e intuitivo que o Xadrez. É impossível vencer um jogo de Go utilizando apenas cálculos matemáticos. Muitos pesquisadores chegaram a afirmar que nenhuma inteligência artificial seria capaz de vencer um campeão mundial de Go antes de 2030. A conquista foi um divisor de águas para o campo de inteligência artificial e mostrou que uma IA poderia ter intuição superior à de humanos.
Para aprender mais detalhes sobre o AlphaGo e o significado histórico da conquista, assista a este fantástico documentário que mostra como a equipe da Deepmind criou a IA. Para quem não domina o inglês, o Youtube oferece tradução em tempo real para o português.
O novo paradigma
No final de Dezembro a Deepmind anunciou mais uma surpresa na forma do algoritmo MuZero, que é capaz de aprender a jogar Go, Chess, Shogi e Atari com capacidades super-humanas e SEM saber as regras de cada jogo.
Este é um salto significativo para a inteligência artificial pois, como os humanos, o algoritmo é capaz de aprender a dinâmica de um ambiente desconhecido sem qualquer ajuda externa.
O MuZero é um pequeno passo na direção de criar algoritmos generalistas semelhantes à nossa inteligência e que, um dia, ultrapassarão os mais inteligentes membros de nossa espécie.
Por que é importante saber sobre esta tecnologia?
Ainda estamos a décadas de uma possível inteligência artificial generalista e mais inteligente que uma criança de 5 anos. No momento, ninguém sabe o que acontecerá quando os computadores se tornarem mais inteligentes do que nós. O consenso é que esta poderá ser a última invenção da humanidade pois uma IA verdadeiramente inteligente poderia reprogramar-se sem ajuda de pessoas, e utilizar toda a infrastrutura de computação na nuvem para se tornar milhões de vezes mais poderosa em apenas algumas horas.
Isso poderia levar a dois tipos de cenários:
1. Acarretar o fim da humanidade, como imaginado nos filmes da trilogia Exterminador do Futuro;
2. Resolver os maiores problemas e desafios atuais como aquecimento global, cura de doenças, envelhecimento ou pobreza.
O risco é enorme e muitos recursos estão sendo colocados em pesquisas na área para que a opção número 1 não aconteça.
Para estudantes interessados em ciência da computação, ética, direito ou mesmo política, o campo da inteligência artificial generalista é fascinante e proporcionará enormes oportunidades de trabalho nas próximas décadas. É importante que tenhamos as mentes mais brilhantes e os corações mais puros ajudando nossa civilização a desenvolver esta tecnologia de forma segura e útil.
E você, o que acha que acontecerá quando não formos a espécie mais inteligente do planeta?